Colunas

CIBRACERJ - Colunas - Um desafio para as igrejas evangélicas

Um desafio para as igrejas evangélicas

03/05/2016

Pr. Paulo Soares

 

Um desafio para as igrejas evangélicas ( Pós – Modernidade)

  Amados  está mais que evidente as preocupações de muitos líderes evangélicos sobre esse tema, que muito tem causado prejuízos em nossas igrejas. Quando analiso  um  tema como esse, automaticamente procuro investigar o conceito de alguns escritores contemporâneos e busco uma analise  das ideias desses autores sobre esse tema.

  Francis Schaeffer (1997, p. 5), em seu livro “A Morte da Razão”, nos diz que:

Cada geração defronta com este problema de aprender como falar ao seu tempo de maneira comunicativa. É problema que não pode resolver sem uma compreensão da situação existencial, em constante mudança, com que se defronta. Para que consigamos comunicar a fé cristã de modo eficiente, portanto, temos que conhecer e entender as formas de pensamento da nossa geração.

Devemos compreender o que ensina a Pós-Modernidade para poder combater aquilo que é excêntrico às Escrituras e ao mesmo tempo comunicar a Palavra de Deus de forma eficiente para essa geração. Como bem disse Stanley Grenz (1997, p.28), nós não fomos chamados para ministrar a uma época remota, mas para os dias de hoje, cujo contexto acha-se sob a influência da Pós-Modernidade.

Antônio Tadeu Ayres (1998, p. 6), em seu livro “Como Entender a Pós-Modernidade”, nos lembra que o momento que a Igreja de Cristo está inserida é marcado pelo rompimento das fronteiras sociais, desmantelamento dos sistema, quebra de tabus, nova moralidade, novos critérios éticos e a destruição dos sistemas de valores presentes nas gerações passadas.

Ayres (1998, p. 6) nos mostra que esse é um período difícil, mas de grande oportunidade para a Igreja de Cristo. O ser humano contemporâneo está fragmentado, inseguro quanto ao seu futuro, ideologicamente, está órfão de valores da religião e esfomeado diante das várias opções oferecidas.

A Igreja é o principal instrumento que Deus tem neste mundo para unir as coisas. A resposta para a indagação e a inquietude dessa geração Pós-Moderna não está no místico, no pragmatismo, etc., mas sim em Cristo. Como disse John MacArthur (1995, p.12): “Encontramos na pessoa de Jesus Cristo provisões suficientes para as nossas necessidades”.

Agora como levar o Evangelho absoluto de Cristo para uma geração Pós-Moderna que não crê no absoluto, que é pragmática, pluralista e mística? Como evitar essa infiltração no arraial evangélico? Quando olhamos para o Sermão do Monte, percebemos que podemos tirar dali algumas respostas para essa inquietude:

A primeira coisa que a Igreja tem que ter é convicção de sua identidade (Mt.5:13-14), porque essa identidade gera responsabilidade e estabelece a contracultura (Mt.6:8).

As pessoas buscam fama (Mt.5:16), glória (Mt.6:2), poder, dinheiro e status (Mt.6:19-24), etc. Porém, uma Igreja que tem convicção de sua chamada não vai buscar isso, mas o contrário, irá buscar a glória de Deus (Mt.5:16), e o Reino de Deus (Mt.6:33).

Em segundo lugar o mundo Pós-Moderno só vai ouvir pessoas que têm convicção daquilo que está proclamando (Mt.6:9-10) e isso tem dimensões profundas, porque sai da esfera teórica (Mt.7:26-27) e desemboca na prática (Mt.7:24-25) e na transparência (Mt.5:9; 5:21-24; 5:37), na celebração da verdade (Mt.5:3-12), na prioridade e no despojamento de tudo o que não é de Deus (Mt.6:10; 6:31-33).

Daniel Salinas (1999, p.45-46) nos mostra quatro pedras fundamentais para alcançar essa geração: A autenticidade, o cuidado mútuo, a confiança e a transparência. Todas essas pedras fundamentais estão inseridas no Sermão do Monte. Segundo Salinas (1999, p.49-54), para evitarmos a infiltração Pós-Moderna na Igreja temos que romper com a Hermenêutica dos Sentidos, da Antropocentricidade e da Escatolicidade da Ficção.

Em terceiro lugar, a Igreja não pode relativizar a Palavra de Deus por causa do sucesso do pragmatismo excêntrico e nem pelas afrontas desse mundo. Para John Stott (1997, p.184), no seu livro “Ouça o Espírito, Ouça o Mundo”, nós não podemos ser como varas sopradas ao vento, não podemos de maneira alguma nos curvar diante dessa sociedade com sua avareza, seu relativismo, sua rejeição ao absoluto. Pelo contrário, temos que ficar fiel à Palavra de Deus. A Palavra de Deus é absoluta verdade: “Santifica-os na verdade; a tua Palavra é a verdade” (Jo.17:17, NVI), e essa verdade de Cristo no Sermão do Monte tem que ser guardada e praticada (Mt.7:24-27). Ela não pode de maneira alguma ser sacrificada pela Igreja no altar da Pós-Modernidade.

 Em quarto e último lugar o mundo Pós-Moderno cuja consciência ética é relativizada e liberalizante, tem que ver que na Igreja de Cristo existe uma ética, um padrão moral antagônico e contracultural: “Não sejam iguais a ele…” (Mt.6:8, NVI).

O mundo precisa visualizar que a Igreja de Cristo tem sua plena fundamentação não nas riquezas desse mundo (Mt. 6:19), mas em Deus (Mt.6:20). O mundo tem que notar que a Igreja de Cristo não é opulenta, mas ela encarna um estilo de vida simples (Mt.6:25-26), O Supremo Bem, que a Igreja percorre em alcançar como valor, não é temporal, mas eterno (Mt.6:33). Pense nisto e viva bem

 

 

 

 

Voltar para colunas