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Feridas da Vocação (Pr. Jr. Firmino)

25/01/2017

Pr. Junior Firmino

 

Feridas da Vocação

 

Ser líder parece uma escolha que envolve multidões ao redor, euforia, honra, muita conversa, apoio, mas… na verdade… é um caminho de solidão, de escolhas complexas e de um doutorado em humildade.

Temos um inimigo comum que trabalha ativamente na disseminação do silêncio e do desânimo no âmbito de lideranças. Um caminho de solidão, de escolhas complexas e de um interminável doutorado em humildade.

Hei, Pssiiiiiiiiiuuu! Façam silêncio…Evitem exposição!
Coloquem um sorriso disfarçado no rosto, e esforcem-se para preservar a “imagem”.

A maioria dos líderes não conseguem se doar a pessoas que façam o papel de Bispo em seus ministérios. Isso refiro-me literalmente ao papel.

Nossas referências têm até um bom padrão ético, um discurso teologicamente sadio (pelo menos aos nossos olhos kkk), porém, as necessidades diárias não são de conteúdo. Essas carências corroem nossos relacionamentos, destroem nossa capacidade de busca por intimidade espiritual e usurpam nossos orçamentos financeiros. (Dizem até que existe um demônio do Cartão de Crédito, mas ainda bem que ele não sabe a sua senha!)

E fica claro que aquela tapinha habitual nas costas não resolve nada e o ensurdecedor silêncio completa o serviço.
 

E ai? Que fazemos com nossos gritos? Que fazemos com nossos dilemas? Engolimos o choro? Por quanto tempo?
Parece-nos às vezes que no corpo somos um apêndice a explodir…

Nesta solitária caminhada em busca da santidade, não há torcidas organizadas a beira do caminho gritando incentivo: Vai líder! Força! Força! Continuaaa!

Na verdade os gritos que ouvimos são de pessoas clamando por soluções, por apoio, por estratégias, por visitas e por socorro.
Ninguém distribuindo água mineral.

Felizes são os vocacionados, porque se não forem, irão procurar o primeiro grande peixe disponível e desaparecer no vasto oceano. E a realidade é que, mesmo com pés empoeirados e machucados, precisamos estar fortes.
Precisamos estar sempre bem.
D i a r i a m e n t e.
Quase sempre, tendo que discorrer sobre assuntos que mais carecemos.
 

Alguém deve estar gravando em HD as nossas reações…
Seria até engraçado, se não fosse tão difícil!

John M. Drescher, referindo-se ao pastorado, escreveu: “Nenhum outro ofício abrange todos os níveis da existência, do nascimento a morte. Nenhum outro trabalho absorve com mais intensidade os profundos sofrimentos e as supremas alegrias da vida. Nenhum outro serviço compartilha mais plenamente os tropeços e os sucessos das pessoas.”

E sabemos que os padrões da Igreja do Senhor, da sociedade moderna e da própria família, são elevados e as exigências difíceis de satisfazer. (ás vezes impossíveis).

O serviço pastoral tem se distinguido entre “Ministério aos Domingos” e “Ministério entre Domingos”.

Precisamos compreender Atos 8:31 e definir se iremos ser Vendedores de mapas (indicando rotas as pessoas a distância) ou Guias (acompanhando vidas de perto). (Ricardo Agreste)

E o nosso serviço missionário que parece um filho indesejado no seio da igreja… é a insensibilidade mostrando sua face mais dura.

Porque precisamos insistir tanto nos apelos por ajudas financeiras e por intercessões a povos menos favorecidos ou perseguidos?
O que está faltando para compreendermos que Deus e sua palavra são em essência missionários?

As pessoas precisam nos encontrar e para isso, precisamos ser encontrados.
Como é que elas têm encontrarão, líder?
Como vai seu cônjuge?
Como vão seus filhos?
Como vai sua vida com Deus?
Como vão suas relações?
Quem é que está escondido sobre esta espessa camada eclesiástica?

Finalmente chegamos à hora do apelo.
Por favor, não façam silêncio e se possível, humildemente, sigam estes valorosos conselhos:

1. Procurem alguém com idoneidade
(Mas, não limite sua visão, a abrangência de sua denominação).
2. Tente ouvir seus próprios conselhos ao longo dos anos.

3. Converta seu caminho.
4. Levante a mão e viva.

Oremos:
Ensina-nos Senhor a ter Esperança. Faz-nos agir com temperança.
Estabelecendo limites, crendo que nossa paciência não é conivência, que nosso silêncio não é incredulidade e que nossa submissão não é covardia. Ensina-nos, Senhor!
Amém!

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Olhando para o alvo, no amor do mestre,
 

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